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Perícia busca esclarecer se cavalo foi mutilado vivo ou após a morte

Atualizado: 26 de ago.

Tutor confessou ter decepado as patas do animal, mas alega que o ato ocorreu depois da morte. Polícia investiga o caso que gerou revolta nacional e promete responsabilização.


Reprodução/ TV Vanguarda
Reprodução/ TV Vanguarda

A Polícia Civil de São Paulo segue apurando o caso do cavalo que teve as patas arrancadas com golpes de facão no último fim de semana, em Bananal, no interior do estado.


O episódio, que resultou na morte do animal, provocou grande comoção em todo o país.

Nesta quarta-feira (20), uma nova perícia será realizada no município com o apoio de policiais de São José dos Campos e especialistas veterinários. O objetivo é definir se o cavalo já havia morrido antes da mutilação ou se os cortes ocorreram ainda com ele vivo, o que caracterizaria um agravamento da crueldade.


O tutor apontado pela investigação é Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, que admitiu ter decepado as patas, mas insiste que o fez após a morte do animal. Até o momento, não houve prisão.


Na terça-feira (19), o delegado responsável pelo inquérito detalhou os avanços do caso e ressaltou que a apuração tem como foco a conduta de Andrey.


“O autor disse o cavalo já estava morto. Que o cavalo não conseguia subir uma ladeira, morreu e que, depois da morte, ele decepou as partes do cavalo”, explicou o delegado Rubens Luiz Fonseca Melo.
Reprodução/ Redes sociais
Reprodução/ Redes sociais

Segundo o delegado, ainda é necessário verificar se as lesões foram causadas antes ou depois da morte: “A gente está tentando descobrir se os ferimentos realmente foram causados após ou antes da morte do animal, todavia os maus-tratos já estão aí porque, se o animal morreu de cansaço, já houve os maus-tratos. Mas é importante saber se ele já estava morto ou não.”


A investigação aponta que o cavalo percorreu cerca de 14 quilômetros em trilhas íngremes antes de colapsar. Depois da mutilação, o tutor contou ter recebido ajuda de um amigo para remover o corpo. O animal, preso por uma corda, foi arrastado por aproximadamente 760 metros até ser descartado em uma vala de difícil acesso.


A primeira perícia, feita na terça-feira (19), já havia revelado indícios de outros ferimentos, como facadas na região abdominal.“Parece que há ferimentos de faca no cavalo, além das patas, mas essa é a nossa dúvida: se foram causados em vida ou já em óbito”, afirmou Melo.


A nova análise contará com veterinários para avaliar as circunstâncias da morte. “Só o médico veterinário consegue fazer uma avaliação técnica (para descobrir) se o animal estava vivo ou morto durante a retirada da pata. Então, vamos avaliar o animal antes de fazer uma necropsia. E vamos fazer a necropsia para entender o que aconteceu de fato”, declarou a veterinária Luana Tavares Chaves.


Outro ponto que segue sem explicação é a motivação do crime. De acordo com a polícia, o suspeito afirmou ter agido porque estava “bêbado e transtornado”.


O boletim de ocorrência relata que Andrey e um colega realizavam uma cavalgada quando o cavalo em que ele montava se exauriu e deitou no chão. Foi nesse momento, segundo a investigação, que a mutilação ocorreu.


A expectativa da Polícia Civil é concluir o inquérito rapidamente. “Por enquanto, nós não indiciamos (o tutor), porque eu ainda quero tentar ouvir ele novamente. Acho que tem alguns detalhes, de como foi a morte do animal. Mas pretendemos terminar esse procedimento para remeter ao Ministério Público para que a justiça seja feita o mais rápido possível”, completou o delegado.


Conforme a Lei de Crimes Ambientais, práticas como maus-tratos, abusos e mutilações podem levar a até um ano de prisão. No caso de animais domésticos, a pena pode chegar a cinco anos e ser ampliada em até um terço caso resulte em morte.


Em entrevista à TV Vanguarda, afiliada da Globo no Vale do Paraíba, Andrey reafirmou que cortou as patas do cavalo já sem vida, disse estar arrependido e voltou a declarar que não houve sofrimento durante a mutilação. Até agora, ninguém foi preso.



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