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Onça que matou caseiro no Pantanal será transferida após recuperação surpreendente

Animal selvagem, que estava em estado crítico, apresentou melhora significativa e agora será encaminhado para um novo destino ainda não divulgado.


Foto: Reprodução/ Wix
Foto: Reprodução/ Wix

A onça-pintada responsabilizada pela morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, em uma área do Pantanal sul-mato-grossense, será removida do hospital veterinário do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado em Campo Grande, conforme informou o boletim médico mais recente.


Segundo o documento, o macho de 94 quilos apresentou evolução clínica favorável: respira normalmente, está se alimentando de forma adequada e mantém um quadro de saúde considerado estável. Apesar disso, o governo do estado ainda não divulgou qual será o destino do animal.


No momento em que chegou ao CRAS, a onça estava em condições físicas extremamente delicadas — desidratada, com falência hepática, disfunção renal e 26 quilos abaixo do peso ideal. O primeiro relatório médico classificava seu estado como crítico.


Diante da melhora no quadro clínico, a transferência da onça deve ocorrer nos próximos dias. Informações adicionais sobre o novo local para onde será levada ainda serão anunciadas pelas autoridades.



Retorno à natureza está descartado


O retorno do felino ao habitat natural onde foi capturado está fora de cogitação. Assim que sua reabilitação for concluída e os exames atestarem a plena recuperação, a onça será levada para um novo recinto — que pode ser definitivo ou temporário, conforme determinação dos órgãos ambientais responsáveis.


A decisão sobre o local adequado para acolher o animal ficará a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em conjunto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). O felino também passará a integrar o Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenado pelo ICMBio, cujo objetivo é preservar a espécie em todos os biomas do Brasil.



Investigação sobre ataque segue em andamento


A captura do animal é considerada essencial para compreender as circunstâncias que levaram ao ataque — considerado extremamente incomum para a espécie. Em geral, onças-pintadas e onças-pardas têm comportamento evasivo em relação aos seres humanos e evitam o contato. A onça-pintada, em especial, é conhecida por ser uma das espécies de felinos que menos ataca pessoas.


As investigações continuam para esclarecer o que teria desencadeado o comportamento agressivo. Entre as hipóteses consideradas estão a escassez de alimento, instinto defensivo, época de reprodução ou até mesmo alguma ação involuntária da vítima.


Animal está com alto grau de desidratação e rins e fígado comprometidos | Foto:	 Saul Schramm
Animal está com alto grau de desidratação e rins e fígado comprometidos | Foto: Saul Schramm

Um fator relevante é que havia alimentos (conhecidos como "ceva") sendo utilizados para atrair animais silvestres no local — prática considerada crime ambiental. Essa oferta de comida pode ter influenciado diretamente o comportamento do felino, diminuindo sua aversão natural aos seres humanos e aumentando a possibilidade de interações perigosas.

Imagens de câmeras de segurança da propriedade, vídeos da rotina da fauna local e outros materiais foram encaminhados para perícia técnica, com o intuito de contribuir para a compreensão do episódio e do comportamento da onça nos momentos que antecederam o ataque.


Além disso, amostras biológicas — como fezes e sangue — foram coletadas para exames complementares, com a finalidade de identificar possíveis vestígios da vítima. No entanto, os especialistas ressaltam que a presença de material humano no organismo do animal não permite determinar, de forma conclusiva, a causa da morte do caseiro.





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