Pitbull 'terapeuta' emociona em hospitais de SC ao transformar rotina de pacientes com afeto e empatia
- Patrick Araujo

- 30 de jul.
- 2 min de leitura
A cadela Moana, da raça American Staffordshire Terrier, participa de atendimentos terapêuticos em hospitais e instituições de apoio, ajudando pacientes com autismo, síndrome de Down e outros quadros clínicos, enquanto combate o preconceito contra sua raça

Com um colete colorido e distribuindo afeto em forma de "lambeijos", Moana, uma American Staffordshire Terrier de dois anos, vem se destacando como parceira no cuidado emocional de pacientes em hospitais e centros de apoio de Santa Catarina. Ela participa de visitas terapêuticas regulares e atua em sessões voltadas para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), síndrome de Down e outras condições de saúde.
Embora não seja tecnicamente classificada como pitbull, a raça American Staffordshire Terrier pertence ao mesmo grupo de cães com características físicas e origens semelhantes, o que a faz ser identificada dessa maneira por boa parte da população.
No Hospital Nossa Senhora dos Prazeres (HNSP), em Lages, a presença de Moana já é esperada com alegria. Ela faz parte de um projeto de cão-terapia, retomado com visitas quinzenais, que integra a política de humanização do atendimento da instituição. A iniciativa tem contribuído significativamente para o bem-estar emocional dos pacientes — e também da equipe de profissionais da saúde.
Em conversa com o g1, a psicóloga Helena Cristina da Silva destacou os efeitos positivos da convivência com Moana no ambiente hospitalar. Segundo ela, os pacientes apresentam visível melhora no humor e passam a interagir mais com os profissionais e com o próprio animal.
“Pacientes que estão há muito tempo acamados e com quadros de depressão e ansiedade estão mais próximos, mais desinibidos para interagir, brincar com ela. A gente vê um ambiente muito mais descontraído, leve, inclusive quando a equipe vê a Moana”, explica.
Para garantir a segurança e a higiene nas visitas, Moana conta com acompanhamento veterinário constante, está com todas as vacinas atualizadas, é vermifugada regularmente e toma banho antes e após cada atendimento, conforme o Serviço de Controle de Infecções do HNSP.
Carinhosamente apelidada de Momo, a cadela foi escolhida por sua tutora, Giselle Dias, ainda filhote, com apenas 35 dias de vida. A escolha da raça foi proposital, como uma forma simbólica de enfrentar o estigma social que ainda recai tanto sobre cães do tipo pitbull quanto sobre pessoas com deficiência.
Moana passou por um rigoroso processo de testes e treinamentos antes de ser certificada para atuar como cão terapeuta. Giselle, além de tutora, é psicopedagoga e especialista internacional em Intervenções Assistidas por Animais.
“Como autista, já sou vista de forma diferente. E, infelizmente, os cães da raça dela também são. Então eu queria que ela mostrasse que somos muito mais do que os rótulos que colocam na gente”, afirma Giselle.
Com sua energia acolhedora e presença afetuosa, Moana segue rompendo barreiras, levando conforto e quebrando preconceitos — tanto de quatro patas quanto de duas.








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