O animal que sobrevive a tudo: Estudo revela como tardígrados “desligam” o corpo para não morrer
- Redação Pet Mania

- 20 de jun.
- 2 min de leitura
Microscópico e resistente, o tardígrado entra em estado de dormência extrema para sobreviver a condições fatais para quase qualquer ser vivo.

Com menos de um milímetro de comprimento, aparência curiosa e uma resistência fora do comum, os tardígrados — também chamados de ursos-d’água — são um dos organismos mais intrigantes do planeta. Esses seres microscópicos foram encontrados em praticamente todos os ambientes da Terra: do fundo dos oceanos ao topo das montanhas.
Eles chamam a atenção da ciência porque conseguem sobreviver a situações extremas que seriam fatais para outros seres vivos. Entre os desafios superados pelos tardígrados estão temperaturas congelantes ou escaldantes, falta de oxigênio, radiação do espaço, desidratação extrema e até o vácuo espacial.
Animação suspensa: o segredo da sobrevivência
O segredo está em sua capacidade de entrar em animação suspensa — um estado em que seu metabolismo é praticamente desligado, permitindo que o corpo resista por longos períodos em ambientes inóspitos.

Um estudo recente, publicado na revista PLOS ONE, revelou como esse processo é desencadeado. Segundo os cientistas Derrick Kolling e Leslie Hicks, da Universidade da Carolina do Norte, tudo começa com um aminoácido específico: a cisteína.
Esse composto reage com radicais livres — moléculas instáveis geradas em situações de estresse, como frio extremo ou excesso de sal — e dá início a uma reação em cadeia que altera proteínas e ativa o estado de dormência nos tardígrados.
Em laboratório, ao bloquear a ação da cisteína, os pesquisadores observaram que os tardígrados não conseguiam mais identificar o ambiente hostil e, por consequência, não ativavam o “modo de sobrevivência”.
Sobreviventes de extinções em massa
Esse “sensor biológico” ajuda a explicar como os tardígrados conseguiram sobreviver a todos os cinco grandes eventos de extinção em massa do planeta, permanecendo praticamente inalterados desde antes da era dos dinossauros.

Além do fascínio científico, a descoberta tem potencial para aplicações humanas. Compreender os mecanismos que permitem aos tardígrados protegerem suas células contra danos extremos pode oferecer pistas sobre o envelhecimento celular, tratamentos de doenças degenerativas e até sobre os impactos das viagens espaciais prolongadas no corpo humano.








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