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Megaoperação contra tráfico de animais silvestres no Brasil prende 47 e resgata mais de 700 bichos

Polícia aponta que quadrilha movimentou mais de R$ 5 milhões em um ano; só um dos presos comercializou 45 mil animais no período


Reprodução - TV Globo
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A maior ação já realizada contra o tráfico de animais silvestres no Brasil resultou na prisão de 47 pessoas e na apreensão de mais de 700 bichos mantidos em cativeiro.

De acordo com a investigação, apenas um dos detidos comercializou mais de 45 mil animais em um único ano. Nesse mesmo intervalo, a organização criminosa movimentou mais de R$ 5 milhões.


"Bicho é bom que vende, que vende. Tá bom, até quarta-feira 'chega' os 'trinca' aqui também", afirmou um traficante em um dos áudios interceptados.O trinca-ferro é uma espécie de pássaro bastante visada no comércio ilegal.

Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, os animais eram vendidos em feiras clandestinas e grupos de mensagens. Em uma das negociações, um macaco-mão-de-ouro, nativo da Floresta Amazônica, foi anunciado por R$ 3,5 mil. O grupo foi monitorado por cerca de um ano.


Reprodução - TV Globo
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"Seria bom se amanhã eu fosse e pegasse logo uma rajada, uns 40. Doido para voltar a dar esses bichinhos. Bem ou mal, dá para levantar uma prata rápida. Num mês dá para fazer R$ 10 mil para mim, R$ 10 mil para o Pedrinho", dizia outro áudio.

A quadrilha atuava em diversas regiões do país, incluindo Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.


"Está vindo mercadoria da Bahia, essa semana: melro, galo, tico, azulão, corrupião. Só melro essa semana 'vai' chegar uns 800 para mim. Só melro! 'Vai vir' melro de Minas, da Bahia e de Goiás", relatou outro traficante em gravação.

Reprodução - TV Globo
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Na ofensiva desta terça-feira (16), foram cumpridos 275 mandados de busca e apreensão em São Paulo e Minas Gerais. Além das prisões, a investigação apontou que os criminosos chegaram a comercializar até onças. "Uma vez o Tatinha tinha vendido uma onça para o cara, aí acabou que o Tatinha falava que era onça-pintada, chegou na hora era onça-parda", revelou uma das conversas gravadas.


Segundo a polícia, a quadrilha era estruturada em diferentes frentes: caçadores, atravessadores, falsificadores de documentos e chips de identificação, além de armeiros que forneciam armamentos para o grupo.


Reprodução - TV Globo
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"Hoje eu fui no mato, fui no mato hoje pegar chanchão. Peguei um chanchão-pardo. Peguei um chanchão, um tiê-preto e uma sabiá-coleira. Não passou nada hoje. Nada", relatava outro áudio.

"Essa quadrilha ela está muito vinculada ao tráfico de drogas, o qual consegue a proteção bélica para que eles atuem próximo às bocas de fumo. Então, assim, é um duro golpe. A gente conseguiu desarticular essa organização criminosa, que está há mais de 20 anos traficando animais silvestres, promovendo a extinção de espécie, degradando o meio ambiente", explicou André Prates, delegado da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.


Confira imagens dos animais resgatados


Os mais de 700 animais resgatados estavam em condições precárias, muitos subnutridos e doentes. Eles foram encaminhados à Cidade da Polícia para receber cuidados veterinários e, em seguida, serão transferidos a um centro de triagem na Baixada Fluminense.


Além da responsabilização dos traficantes, a polícia reforça que quem compra animais silvestres também pode ser processado por receptação.

"Animal silvestre não é pet, animal silvestre deve estar no seu habitat natural, ele tem a sua função ecológica, de preservação do meio ambiente e deve estar livre de todos os maus-tratos, toda tortura, tudo que é negativo e vinculado ao tráfico de animais", destacou o delegado da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.

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