Alerta nos EUA: javaporcos com carne azul indicam envenenamento na Califórnia
- Patrick Araujo
- há 4 dias
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Autoridades suspeitam de contaminação por veneno de rato; caçadores encontram carcaças com tonalidade azul neon e recomendação é descartar toda a carne

O Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia (CDFW, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, emitiu um comunicado urgente sobre possível contaminação por veneno de rato depois que caçadores localizaram javaporcos com a carne tingida de azul. A principal suspeita é de que os animais tenham ingerido diphacinona — um tipo de anticoagulante utilizado para exterminar roedores.
De acordo com a autoridade, alguns exemplares apresentam coloração azulada tanto na carne quanto nos órgãos internos, enquanto outros podem estar contaminados sem apresentar alteração visível, o que dificulta a detecção. O CDFW alerta que outras espécies, como gansos, javalis, cervos e até ursos, também podem ter sido envenenadas ao ingerir diretamente iscas e armadilhas ou ao consumir restos de animais contaminados.
Os primeiros registros do problema datam de março deste ano. O aviso foi direcionado principalmente a caçadores e residentes do condado de Monterey, onde há maior concentração de ocorrências. A recomendação é clara: qualquer carne de animal caçado nessas condições deve ser descartada imediatamente e jamais consumida, já que a tonalidade é um indicativo de envenenamento.

O diphacinone atua impedindo a coagulação do sangue, provocando hemorragias internas. As áreas internas do corpo dos animais ficam azul neon, e a toxina tende a se acumular especialmente no fígado e no estômago. Mesmo pequenas doses da substância são consideradas perigosas, mas o animal intoxicado pode sobreviver por vários dias antes de morrer.
Predadores e seres humanos que consumirem carne de animais contaminados também correm risco de exposição secundária ao veneno, que pode permanecer nos tecidos por semanas após a ingestão.
Segundo Dan Burton, proprietário de uma empresa especializada em controle de fauna silvestre, a coloração é impossível de passar despercebida. “Não é um azulzinho qualquer. É azul neon, azul de mirtilo mesmo”, afirmou ao jornal Los Angeles Times.
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